terça-feira, 23 de novembro de 2010

Colcha de Retalhos



Me descobri fazendo uma colcha de retalhos. Não que eu esteja me tornando uma exímia costureira de patchwork, somente aprendi a juntar os retalhos da minha vida. Um pedacinho daqui, outro dali, todos os momentos bons e maus unidos para formar o que sou hoje.

Quando comecei esta costura maluca quis deixar de fora, escondido mesmo, aqueles trapos velhos e puídos que só de olhar destroem qualquer idéia agradável, mas não pude. Percebi que são eles que dão o toque especial nesta minha colcha, pois me ajudam a crescer.

Os bons momentos são maravilhosos e se espalham rápido colorindo a vida, já os pontos cinza, quase sem vida, têm muitas vezes seus detalhes em vermelho vivo como se fossem marcados com sangue. Sem contar a quantidade de retalhos que estão úmidos por causa das lágrimas. E são muitas mesmo!

Quantas alegrias, quantos presentes que a vida me deu e que eu nem sabia que queria, mas se tornaram indispensáveis desde o momento que surgiram em minha vida e agora fazem parte desta costura, fusão de emoções que me tornaram exatamente o que sou hoje.

Boa ou má? Não sei!

Mas hoje com certeza sou maior e possuo mais aprendizados do que no começo quando era somente um quadradinho.

Acho que vem disso tudo minha admiração por colchas de retalho. Imaginar que alguém com muita paciência foi juntando ao longo do tempo pedacinhos de tecidos, alguns mais nobres como a seda ou linho e outros tão simples como a chita, mas que unidos da maneira correta formam uma criação única e encantadora, capaz de despertar emoções diferentes em cada pessoa.

Quem sabe um dia eu não possa conhecer a sua colcha meu amigo leitor e verei nela os detalhes encantadores da sua vida.


Por hoje, te deixo um grande abraço.


Cris (2009)

2 comentários:

  1. Pois
    Pessoas são hoje partes do que foram e esse universo só faz crescer continuamente, a menos que o matemos de alguma forma.
    Agora, dificil é saber-se do tal modo "correto".

    abraçado estou

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  2. Meu amigo,
    Realmente é muito difícil saber o caminho certo ou errado, mas acredito que o nosso coração sempre sabe... mesmo quando queremos ir por outros caminhos.

    Beijos

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